Magic à Lá Carte - Aniversário

13 de abril de 2011

Guia de Nova Phyrexia para Planeswalkers, Parte 1

Conforme anunciamos aqui esta semana, saiu esta semana no site da Wizards a primeira parte do Guia de Nova Phyrexia para Planeswalker, então aqui está a tradução feita pela Devir.


Todos os mundos mudam, é uma verdade para nós que viajamos. Nenhum plano já foi encontrado paralisado no tempo, estático. Mas raro é o mundo que passa por uma transformação tão forte que até seu nome se esvai. Raro é o mundo que afunda em uma era de guerra e emerge irreconhecível, até por aqueles que nasceram nele.
Mais raro ainda é um mundo que constrói a si mesmo mais de uma vez. O plano de que falamos já foi chamado de Argentum. Então foi depois conhecido como Mirrodin. Mas a mudança radical se aplacou sobre este mundo novamente e agora ele tem um terceiro nome.
Quando uma metamorfose tão fundamental ocorre, todo o conhecimento obtido anteriormente é no mínimo duvidoso. Pilares de sabedoria se esfacelam, enfraquecidos por certezas já sem coerência. A única solução é investigar o mundo com novos olhos, reescrever os tomos com material novo e considerar o conhecimento aceito até o momento como falso, até que se prove o contrário.
Para este fim, apresentamos o Guia do Planeswalker para a Nova Phyrexia. Que ele renove seu conhecimento sobre o mundo renovado e o guie por uma jornada segura.

As Cinco Facções Phyrexianas

De todas as informações sobre o novo mundo natal de Phyrexia, nenhuma é mais importante do que a estrutura interna das facções locais. Na missão de se espalhar e adaptar, a natureza de Phyrexia está em constante evolução. Durante seus anos de exposição à poderosa mana do centro planar, Phyrexia passou por um crescimento acelerado, mas também fragmentado, criando facções com as cinco forma de mana. Cada uma delas carrega suas próprias crenças, criaturas e liderança.
Nova Phyrexia só pode ser explorada por aqueles que conhecem e entendem as diferentes características entre as facções de mana. Se você já se encontrou com Phyrexia em outros mundos anteriormente, a variedade pode surpreendê-lo. O viajante ignorante sobre a cultura de Nova Phyrexia está fadado a se tornar parte delas.
O restante desta seção descreve a primeira facção Phyrexiana.

Facção Phyrexiana: A Máquina Ortodoxa

A facção de Phyrexia ligada com a mana branca é organizada por uma grande hierarquia de crenças conhecida como a Máquina Ortodoxa. A Cenobita Mor Elesh Norn, a Pretora de posto mais elevado da Ortodoxa, comanda e guia esta facção, prometendo a todos um futuro glorioso sob os princípios dos Ensinamentos Argênteos. Tudo que os Phyrexianos praticam sob a tutelagem da Máquina Ortodoxa foi criado para transformar Mirrodin em uma terra perfeita para uma nova Phyrexia, um tipo de expansão planar. Eles encaram os Mirranos nativos como seres perdidos ou pecadores conscientes, merecedores de serem dominados e transformados em ambos os casos.

Elesh Norn, Cenobita Mor | Ilustração de Igor Kieryluk
Espírito Mal Compreendido. Phyrexia é uma civilização baseada em qualidades físicas: carne e metal. Enquanto os Phyrexianos detêm algo semelhante a espiritualidade, a grande maioria deles não parece entender a mente, alma ou o espírito da maneira como outros seres sencientes o fazem. As mentes dos Phyrexianos sencientes são certamente capazes de pensamento abstrato, mas até este ponto parece ser em grande parte desconectado de um lado transcendental. Mesmo assim, a despeito de sua natureza que foca o lado físico, eles possuem sistemas religiosos bem organizados e fervorosos. A estranha contradição resultante é uma imitação barata e bizarra de uma religião — uma religião criada por engenharia, uma fé sobre o físico: a Máquina Ortodoxa.

Ilustração de Raymond Swanland

Sectos da Máquina Ortodoxa

Existem vários sectos dentro da Máquina Ortodoxa de Phyrexia, cada um deles competindo para se adequar a sua visão de mundo. Descrevemos a seguir três dos maiores sectos.

A Singularidade da Carne: O Secto da União Total

Um secto da Ortodoxa foi fundado com o ideal da rejeição do ego egoísta e da total unificação de todas as coisas. Sua concepção corrompida e quase ingênua da comunidade perfeita é a eliminação de todas as barreiras entre os indivíduos. A tendência Phyrexiana com relação ao literalismo chega ao seu ponto extremo: os Phyrexianos deste secto buscam se conectar literalmente com todos os seres e entre si, criando um único organismo de metal e carne, o estado final que eles chama, entre outros nomes, de Singularidade da Carne. (O termo “carne” significa tanto matéria orgânica quanto a inorgânica; como a maioria dos Phyrexianos, eles não fazem distinção entre coisas vivas e mortas, mas tudo é considerado matéria com o potencial de dar forma à vida.) Quando toda a vida estiver literalmente ligada a todo o resto — através de pele costurada, metal retorcido, pelos trançados, o que seja — a verdadeira perfeição será finalmente obtida.
Irrealidade do Indivíduo. Izathel, o sumo chanceler da gigantesca chancelaria Phyrexiana dentro do centro planar, entende a vida como um único organismo hierárquico, com cada parte assumindo um papel crucial ao todo. O único valor de qualquer parte é fazer parte do organismo; portanto, um indivíduo não é somente inútil — é uma ameaça à unidade da Singularidade. Os indivíduos — especialmente aqueles que defende violentamente a separação do coletivo — devem ser caçados e readicionado ao todo à força. Muitos membros desse secto procuram não enxergar o comportamento do indivíduo, quase como se não reconhecessem a eficácia ou mesmo a existência de organismos não Phyrexianos discretos. Guiados por tais observações, alguns rebeldes Mirranianos obtiveram sucesso em deixarem perplexos e até mesmo enganar alguns Phyrexianos ao agirem de maneira radicalmente independente, mantendo um comportamento único o quanto puderam. Estas táticas erráticas são agora desencorajadas pelos líderes Mirranianos, pois podem ser consideradas altamente aberrantes e um pecado por parte dos Phyrexianos do secto da Singularidade, atraindo sua atenção mortal.
“A última parte do Não-Todo será descoberta, ainda que nossos olhos se acanhem diante de sua feiura. Seus corpos serão absorvidos e sua imperfeição será por fim eliminada. A Máquina Ortodoxa devorará o Não-Todo e seu isolamento deficiente será obliterado pela Unidade. Somente então os últimos ferimentos do Círculo serão curados. Somente então este mundo será completo”
— Izathel, Sumo Chanceler
Dermatofobia. Phyrexianos do secto da Singularidade da Carne parecem nutrir um ódio especial, ou medo, pela pele. Para eles a pele (ou qualquer coisa que uma criatura tenha como cobertura) é a fronteira definitiva, a muralha que divide o ser do mundo exterior e os indivíduos uns dos outros. Muitas mortes nas mãos da Máquina Ortodoxa envolvem arrancar a pele das vítimas de maneira quase ritualística. É raro as vítimas terem sua pele deixada intacta quando terminam; eles geralmente substituem toda a antiga cobertura da vítima por alguma armadura leitosa como porcelana ou outro material menos emblemático ou discreto.

A Legião de Porcelana: O Secto da Forma Ideal

A carne de muitos Phyrexianos nativos, em especial os membros do secto da Legião de Porcelana, é geralmente coberta por um metal branco e rígido, semelhante a osso, na aparência da porcelana. Ainda que esta substância seja não maleável e rígida como o ferro, a impressão visual é de um exército feito de porcelana delicada. Sob a porcelana protetora, ficam os ossos, o endoesqueleto de metal, vísceras e às vezes, aparatos sensoriais, como olhos e órgãos auditivos.
Este metal de porcelana se desenvolve somente nos Phyrexianos nativos do centro. Para os membros completados (antigos Mirranianos) a substância da porcelana deve ser cultivada em áreas especiais e implantadas no corpo da vítima. O metal de porcelana tende a funcionar melhor se implantado na carne morta ou morta recentemente, espalhando-se sobre o tecido fértil como um fungo metálico. O tecido adicional colhido das vítimas de guerra de Phyrexia é geralmente usado para cultivar mais do metal de porcelana nas áreas especiais, chamadas de respiradouros.
Idealização Destrutiva. A despeito do crescente poder do secto da Singularidade da Carne, a maioria dos Phyrexianos da Máquina Ortodoxa, são ainda de fato, indivíduos, aptos a se moverem e agirem de maneira independente. Entretanto, os planos dos outros sectos, como a Legião de Porcelana, ainda deixam suas marcas. O ideal da Legião de Porcelana é a idealização da forma física — e o conceito Phyrexiano de “idealização” é implacável. Para eles, a forma ideal de um ser é a que sirva perfeitamente à hierarquia Phyrexiana. Se a comunidade é um organismo, então cada parte deve ser cuidadosamente criada para servir seu papel e garantir a sobrevivência do organismo. Entretanto, grande parte da matéria bruta e do poder de Phyrexia vem das raças e criaturas conquistadas. Então, antes que um novo membro atinja sua forma ideal, ele deve ser primeiro livrado de sua forma antiga.

Ilustração de Min Yum
O Processo de Transformação. Vamos tomar como exemplo um soldado leonino capturado. Como uma boneca de porcelana, o leonino terá suas partes esmagadas, seus orgãos espalhados e suas vísceras de metal recolocadas. Ele será modificado para seu novo propósito – seus músculos ficarão mais rígidos, sua digestão terá uma nova rota, sua mente será apagada e readaptada para seus novos objetivos. Algumas partes podem ser consideradas inúteis ao novo propósito Phyrexiano; a maioria será reutilizada em outra parte. Algumas adições poderão ser feitas para aprimorar sua função, às vezes extraídas dos “recém chegados” — braços adicionais, mais dentes e, é claro, enxertos plantados de armadura de “porcelana” feita de metal rígido como ossos. Então, como um ato final da transformação do novo ser, o óleo Phyrexiano é introduzido em seu corpo. O óleo se espalha magicamente por todo o organismo, fazendo alterações em nível molecular, completando a conversão para Phyrexia e sua jornada em direção à forma ideal.
“A última parte do Não-Todo será descoberta, ainda que nossos olhos se acanhem diante de sua feiura. Seus corpos serão absorvidos e sua imperfeição será por fim eliminada. A Máquina Ortodoxa devorará o Não-Todo e seu isolamento deficiente será obliterado pela Unidade. Somente então os últimos ferimentos do Círculo serão curados. Somente então este mundo será completo”
— Izathel, Sumo Chanceler

Os Apóstolos de Karn: O Secto do Destino do Criador

Outro secto da Máquina Ortodoxa é o Apóstolos de Karn, todos preocupados em restaurar um líder centralizado para Phyrexia. Apesar da civilização Phyrexiana que cresceu em Mirrodin não ter sido a mesma liderada por Yawgmoth, a falta de um líder central é sentida por instinto. Este secto acredita que Phyrexia está atualmente como um corpo sem cabeça, um reino sem rei e e adotou um golem de prata poderoso chamado Karn como seu líder escolhido. Atualmente, Karn, em seu estado mental instável, é incapaz de governar verdadeiramente Phyrexia, mas os Apóstolos fazem tudo que podem para se prepararem para o dia em que ascenderão ao trono.
Sussurros de uma Mente Destruída. Karn arremessou a si mesmo em Mirrodin, o mundo de metal que ele havia criado como Argentum, enquanto, ao mesmo tempo, abandonava sua centelha de planeswalker por causa do plano de Dominaria. Abandonado em Mirrodin com a matriz de personalidade Phyrexiana de Xantcha, a mente de Karn se enfraqueceu e a influência de Phyrexia o infectou e cresceu em seu âmago. Nas profundezas do núcleo de Mirrodin, o restante do óleo do golem de prata tornou-se a semente para uma civilização Phyrexiana renascida, deixando o próprio Karn aprisionado em sua teia crescente. Hoje, os Apóstolos de Karn e outros Phyrexianos auxiliam no cultivo da mente ferida do golem, conectando-o em um trono Phyrexiano construído especialmente para colherem seus sussurros e transformá-los em escritura sagrada.
Às vezes, Karn consegue ser um líder Phyrexiano completo, proferindo ordens para destruir os últimos vestígios de vida Mirraniana; durante estes instantes, os Apóstolos registram e evangelizam sua Palavra com adoração fervorosa. Outras vezes, Karn fica lúcido o bastante para tentar combater sua corrupção de Phyrexia; é então que os Apóstolos agem como carcereiros, impedindo sua fuga e o dominando cada vez mais.
Embaixadores das Facções Phyrexianas. Os Apóstolos de Karn sabem que quando Karn estiver preparado para liderar Phyrexia, a nação deve estar pronta para sua liderança. Eles lamentam as separações políticas que dividiram o mundo e agem enviando embaixadores para negociar com as outras facções.
"Quando as verdades finais forem conhecidas, uma grande e terrível paz recobrirá o mundo. Os sóis no céu e as esferas no chão formarão uma torre brilhante e o Pai das Máquinas governará a todos de seu pináculo. Abençoado sejam os balbucios rasgados da Pretora, a verdade em óleo da Ortodoxa e o destino inevitável do Pai"
—Ktat-Raal, Exarca Inquisido

Funções e Seres da Máquina Ortodoxa

Em Phyrexia, a função e a fisionomia de um ser estão ligadas de maneira intrínseca. Se você é parte de Phyrexia, você foi criado para suprir uma necessidade e sua forma física foi engendrada e montada para que possa realizar seu trabalho. A forma e a função estão ligadas por completo.
Cenobitas: Sacerdotes Máquinas. Phyrexia está repleta de incontáveis ordens de sacerdotes e chanceleres. Os Cenobitas são os sacerdotes responsáveis pela inquisição do modo de vida não Phyrexiano. Alguns permanecem no núcleo, decidindo os destinos dos capturados, outros podem ser encontrados nas linhas de frente, com suas lâminas serrilhadas prontas para aplicar seus dogmas diretamente nos hereges. Os Cenobitas tendem a serem construídos com mais metal do que carne, às vezes complementados com iconografia religiosa entalhada diretamente em seu metal de “porcelana” coberto de óleo.

Sacerdote Suturador | Ilustração de Igor Kieryluk
Sacerdotes Suturadores: Costuradores da Carne. O sacerdote suturador é um cenobita especializado no ato sagrado de unir o indivíduo ao coletivo. Sua função é cumprida de maneira ritualística, mas literal, num processo que envolve o uso de agulhas longas e linha metálica negra. Os sacerdotes suturadores costumam ser membros do secto da Singularidade da Carne, mas às vezes são chamados também para modificar criaturas Phyrexianas, alterando seus componentes.
Os Fiéis das Profundezas: Servos Ocultos. Apesar de muitos Phyrexianos serem construídos para o combate direto e para a inquisição, alguns nunca deixam o núcleo do plano. Um sub-secto de Phyrexianos chamado de Fiéis das Profundezas trabalha incessantemente para preservar a infraestrutura da Máquina Ortodoxa, carregando prisioneiros para serem completados, trocando membros ou partes de carne entre os convertidos e cuidando das criadoras de porcelana. Eles têm a aparência de criaturas aracnídeas delgadas que rastejam por qualquer superfície, aparentemente ignorando a gravidade, usando suas pinças e órbitas oculares em sua tarefa servil.

Ilustração de Min Yum
Anjos Partidos: Serafins Phyrexianizados. Os anjos são apenas membros das fileiras da máquina Phyrexiana, mas para muitos Mirranianos, não há maior blasfêmia do que avistar um anjo Phyrexianizado. Ocos e insensatos, com a apatia terrível de uma boneca quebrada, os chamados serafins vazios não seguem ideal algum. Sua consciência e zelo de combate foram removidos, tornando-os sociopatas alados, capazes de atos macabros. Alguns Mirranianos consideram uma virtude exterminar os serafins vazios, libertando os corpos dos anjos e impedindo-os de cometerem atrocidades que suas almas jamais permitiriam.

Arte conceitual de Richard Whitters
Bonecas de Porcelana: Recém-chegados de Baixa Patente. A Legião de Porcelana está sempre em busca de novos recrutas. Eles preferem prisioneiros da guerra nos Campos de Navalha, como os leoninos, loxodontes e humanos Aurioques. Mirranianos reconfigurados, às vezes chamados de “bonecas quebradas”, são literalmente quebrados e reconstruídos, feitos para serem servos leais e soldados da própria invasão que tentaram repelir. A Legião de Porcelana recobre a maior parte do corpo do novato com uma espécie de porcelana metálica, mas a face é geralmente deixada intacta para que seus antigos companheiros o reconheçam em combate. Essas “bonecas” raramente adquirem patente religiosa dentro da Máquina Ortodoxa, mas as partes de seus corpos podem ser recicladas indefinidamente; partes de Mirranianos já foram até enxertadas na Pretora Elesh Norn.
"O nascimento é inadequado. A maturidade é inadequada. Até mesmo a falsa vida metálica deste mundo é inadequada. A perfeição é obtida somente através das lições do metal. Aqueles que apenas nasceram não podem atingir este estado e em seu sofrimento gritam por melhorias."
—Xaldror, Curador das Criadoras
Lacaios dos Tomos: Lacaios Clericais Inúteis. Os lacaios dos tomos, são criaturas de baixa estatura, construídas para servirem como suporte móvel para textos clericais ou arcanos Phyrexianos. São particularmente terríveis no que fazem, facilmente distraídos e hiperativos, possuem uma necessidade constante de se mexerem o tempo todo. Eles zumbem de maneira irritante enquanto os sacerdotes tentam ler os tomos que carregam, geralmente atrapalhando os sermões ou as lições lidas.

Arte conceitual de Richard Whitters
Elesh Norn, Cenobita Mor. A facção da Máquina Ortodoxa de Phyrexia é liderada por uma Pretora chamada Elesh Norn. A Pretora da União, que prefere o título de Cenobita Mor, coordena os esforços de guerra de milhares de seres Phyrexianos subalternos a ela. Ela não pertence a nenhum secto da Ortodoxa em particular, mas é reconhecida como a supervisora, ou pelo menos uma figura respeitada de todas as crenças. Sábia e planejadora, Elesh Norn mantém uma aparência graciosa e respeitável para os padrões Phyrexianos, mas ela manipula em segredo os dogmas e as interpretações dos Ensinamentos Argênteos para seus próprio fins.
 
Ilustração de James Paick

Anexos: Controle da Ortodoxa

Conforme a influência ortodoxa de Phyrexia se espalha, ela não transforma apenas as coisas vivas em sua natureza. Ela também estabelece Anexos, edifícios convertidos para a prática religiosa Phyrexiana, incorporando espaços de vivência e entrepostos Mirranianos em superestruturas Phyrexianas. Os Anexos são liderados pelos chanceleres, sacerdotes sencientes quase humanóides que obtiveram alta patente dentro da Máquina Ortodoxa. Muitas das chancelarias capturadas são organizadas com estruturas radiais, com um dais central para elevar a figura do chanceler, ou às vezes, um monumento dedicado à Karn. Alguns Anexos são encontrados no núcleo de Mirrodin, grandes catedrais de arquitetura saída de pesadelos que atendem aos fervorosos das profundezas.

Os Ensinamentos Argênteos: As Escrituras Phyrexianas

Phyrexia não invadiu Mirrodin; a civilização Phyrexiana em Mirrodin se desenvolveu da corrupção existente em Karn, o golem prateado com coração Phyrexiano. Ainda que Phyrexia possa ter guardado uma tênue “memória” sobre suas formas em outros mundos, a vida em Mirrodin teve de crescer e adaptar suas estruturas e instituições. Uma dessas instituições é uma coleção de leis religiosas e escrituras conhecida como Ensinamentos Argênteos. Os Ensinamentos foram inscritos em uma escultura de prata que dizem ter sido forjada na forma de um orgão cardíaco bizarro, talvez baseado no coração Phyrexiano de Karn ou em alguma parte da Pretora Elesh Norn. A escultura entalhada contém máximas e leis interpretadas por líderes religiosos e Pretores como acharem melhor.

Exemplo de Máximas dos Ensinamentos Argênteos

            "A pele é a prisão dos abençoados e a fortaleza dos hereges"
                                        — Ensinamentos Argênteo
A Máquina Ortodoxa, especialmente o secto da Singularidade da Carne, encara a pele como uma barreira simbólica que separa os indivíduos. É a barricada que separa e impede a união total. Portanto a carne é, ao mesmo tempo, uma prisão de onde um novato Phyrexinano em potencial deve ser libertado e a última linha de defesa que deve ser destruída antes que os ímpios sejam encontrados e destruídos.

Ilustração de Brad Rigney
                                         "Transformar-se é ser."
                                     — Ensinamentos Argênteos
A transformação e fazer parte da comunidade são fatores incrivelmente ligados em Phyrexia, especialmente para a Legião de Porcelana. Antes de um “recém-chegado” Mirraniano ser bem recebido nas fileiras, seu velho eu deve ser extraído, esquecido, destruído. Às vezes, até mesmo os Phyrexianos nativos passam por transfigurações físicas radicais, entendendo como uma experiência transcendental que os leva mais próximos à sua comunidade.
                            "Um buraco impede a perfeição da esfera."
                                      —Ensinamentos Argênteos
A ausência de um líder preocupa algumas facções Phyrexianas. Os Apóstolos de Karn entendem que Phyrexia é como uma esfera que não pode se tornar verdadeiramente completa enquanto existir um buraco em sua liderança. Eles trabalham para posicionar Karn como o novo Pai das Máquinas, para que Phyrexia possa completar a si mesma.
Literalismo Ingênuo
A crença Phyrexiana pode ser literalmente excruciante. Muitos sacerdotes de nível mais baixo, chanceleres e os Fiéis das Profundezas aderem às regras, máximas e textos Phyrenianos ao pé da letra. A distinção entre simbolismo e referência costuma se perder para eles, criando comportamentos que parecem terríveis, mas motivados pela lei religiosa. Se uma escritura diz “devemos eliminar o ser para completar a unidade”, eles saem costurando as pessoas juntas. Se um Pretor Phyrexiano anuncia que é hora de “colher a alma de Mirrodin”, eles começam a colher corpos, sem consideração com a consciência que os corpos possam ter, pois percebem apenas o lado físico. É um sistema de crenças surpreendentemente auto-consistente — mas ao mesmo tempo, quando aplicado, torna-se ordens cruéis e genocidas.

A Resistência de Mirrodin

Nas profundezas da Camada de Fundição do núcleo Phyrexiano escondem-se vários entrepostos rebeldes: uma célula de resistência de Mirrodin. Guerreiros da resistência repelem Phyrexianos hostis, enquanto saqueadores atacam a superfície e trazem contrabando de comida para seus acampamentos. Alguns Phyrexianos estranhamente tolerantes fingem não saberem sobre os entrepostos, uma condição temporária, e bem vinda, que permite a existência das células rebeldes até o momento.
Os Campos de Navalha foram tomados rapidamente por Phyrexia, desestabilizando as alcatéias de leões e isolando os loxodontes. A última maior fortaleza dos Campos de Navalha que ainda resiste à integração Phyrexiana é a comunidade Aurioque do Forte da Lâmina. A outrora força civil conhecida como o Acordo agora serve como a força militar do Forte, combatendo os ataques Phyrexianos como podem.

Ilustração de James Ryman
A Passagem Circular da Navalha. Os refugiados no Forte da Lâmina sabem de um caminho efetivo, e perigoso, que leva até os fortes da Resistência na Camada de Fundição. Usando uma magia poderosa, a artífice loxodonte Ghalma, A Formadora, transformou um “círculo navalha” — um tipo de círculo mágico na plantação de grama-lâmina — em um túnel através da crosta de Mirrodin até a Camada da Fundição. A passagem ativa somente quando o sol branco estiver a pino, permitindo a viagem até os entrepostos de fugitivos. O perigo de Phyrexia descobrir a entrada é iminente e a passagem precisa de manutenção constante, para impedir que os tentáculos de micossinte não a fechem novamente. Mas para muitos no Forte da Lâmina e por toda a área dos Campos de Navalha, é a única chance de sobrevivência.

Estamos aguardando a segunda parte...

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